Conflito entre as irmãs Myza, Márcia e Marfisa Carvalho Vital, filhas do empresário Demóstenes Alves Vital, reacende discussões sobre tráfico de influência e favorecimento judicial no Maranhão.
Após a Operação 18 Minutos, que revelou um esquema de venda de decisões judiciais envolvendo magistrados, advogados e servidores, o Judiciário maranhense pode voltar a enfrentar questionamentos sobre influência e favorecimento processual.
Desta vez, o foco recai sobre a disputa pela herança bilionária do empresário Demóstenes Alves Vital, falecido em julho de 2024. Avaliado em mais de R$ 100 milhões, o espólio é alvo de uma intensa batalha judicial e familiar entre as irmãs Myza, Márcia e Marfisa Carvalho Vital, esta última nomeada inventariante do processo.
Embora existam outros herdeiros, são elas as protagonistas da disputa que reacende antigas suspeitas dentro do sistema de Justiça maranhense.
DENÚNCIAS E EXCLUSÃO:
De acordo com Myza Carvalho Vital, as irmãs estariam conduzindo o inventário de forma unilateral, afastando-a das decisões e impedindo seu acesso aos bens e empresas da família.
A herdeira afirma ser alvo de ações de descredibilização, entre elas um boletim de ocorrência registrado contra si, embasado em um suposto laudo médico que indicaria transtornos mentais, documento que, segundo ela, jamais lhe foi apresentado.
Myza sustenta que o objetivo dessas medidas seria retirá-la do processo sucessório, por meio de tentativas de interdição judicial, pedido de uso de tornozeleira eletrônica e até requerimento de prisão preventiva.
Ela também aponta que sua sobrinha, Bruna Vital Pereira Moreira, recém-formada em Medicina e filha de Marfiza, estaria sendo usada como instrumento para legitimar supostas manobras médicas com esse propósito. Por essa razão, Myza afirma já ter formalizado denúncia junto ao Conselho Regional de Medicina do Maranhão (CRM-MA).
Nos bastidores da Justiça maranhense, a disputa da família Vital passou a ser comentada à luz das práticas reveladas pela Operação 18 Minutos. O caso reacendeu rumores sobre um esquema de favorecimento processual, envolvendo juristas com vínculos familiares no TJMA.
Entre os nomes mencionados, destaca-se o de um advogado filho de desembargador, apontado por atuar em processos sensíveis e com possível trânsito privilegiado em decisões internas.
Essa rede de relatos reforça o que, nos corredores jurídicos, convencionou-se chamar de “tráfico de influência”, prática extraoficial de favorecimento e interferência em julgamentos, que ameaça a credibilidade do sistema de Justiça no estado.
Com o histórico recente de escândalos, o caso Vital assume dimensão simbólica, pois mais que uma disputa familiar, pode representar um novo capítulo sobre o uso político e pessoal da influência dentro do Judiciário maranhense.
PEDIDOS DE APURAÇÃO:
Myza Vital afirma já ter protocolado denúncias formais em órgãos competentes, inclusive no Conselho Regional de Medicina (CRM-MA), e pede investigação sobre as supostas irregularidades.
Os processos referentes ao espólio de Demóstenes Alves Vital tramitam sob segredo de Justiça. Até o momento, as irmãs Márcia e Marfisa Carvalho Vital não se manifestaram oficialmente. O advogado, que posteriormente terá sua identidade revelada, também será chamado a se pronunciar sobre as acusações e documentos apresentados.








