A apreensão de R$ 1 milhão em dinheiro vivo pela Polícia Federal, em São Luís (MA), colocou no centro das atenções os empresários Adriano Márcio Santos e Antônio do Amparo Cordeiro Neto. O caso levanta sérios questionamentos sobre a origem dos recursos e possíveis relações com contratos públicos bancados com dinheiro do contribuinte.
Os dois são sócios da Argos Engenharia e Empreendimento, empresa que mantém contratos milionários com a Prefeitura de São Luís e com o Governo do Maranhão, inclusive envolvendo recursos federais. A coincidência entre contratos públicos e a posse de uma quantia vultosa em espécie acendeu o alerta máximo das autoridades federais.
Dinheiro vivo e suspeitas
Segundo informações apuradas, o valor foi apreendido logo após um saque bancário, o que, para investigadores, não elimina suspeitas, mas reforça a necessidade de apuração rigorosa. A prática de transportar grandes volumes de dinheiro em espécie é frequentemente associada a tentativas de dificultar rastreamento financeiro, estratégia comum em esquemas de lavagem de dinheiro e ocultação de patrimônio.
A Polícia Federal considera esse tipo de movimentação atípica, sobretudo quando envolve empresários que mantêm relações comerciais com o poder público.
Quem são os envolvidos
Adriano Márcio Santos, conhecido como Cacique de New York, é advogado e empresário, figurando como um dos sócios da Argos Engenharia.
Antônio do Amparo Cordeiro Neto é engenheiro e também integra o quadro societário da empresa.
Ambos foram conduzidos à sede da PF para prestar esclarecimentos. Além do dinheiro, aparelhos eletrônicos foram apreendidos, o que indica que a investigação pode ir além da simples apreensão e alcançar contratos, comunicações e movimentações financeiras.
Contratos públicos sob lupa
O ponto mais sensível do caso é a ligação direta da empresa dos investigados com obras e serviços pagos com recursos públicos. A Polícia Federal agora tenta responder a perguntas centrais:
O dinheiro apreendido tem relação com contratos públicos?
Houve desvio de recursos, superfaturamento ou pagamento de propina?
O valor estava destinado a algum tipo de repasse ilegal?
Essas respostas serão buscadas por meio de análises bancárias, fiscais e periciais, além do cruzamento de dados dos contratos firmados pela Argos Engenharia com órgãos públicos.
O que está em jogo
Caso fique comprovada a origem ilícita do dinheiro, os envolvidos podem responder por lavagem de dinheiro, crimes contra a administração pública e associação criminosa, crimes que possuem penas elevadas.
Mais do que um episódio isolado, o caso reacende o debate sobre a fiscalização de empresas contratadas pelo poder público e o controle sobre a circulação de recursos que deveriam estar a serviço da população.
A investigação segue em andamento e promete desdobramentos, com potencial impacto político e administrativo no Maranhão.








